Por vezes custa-me a crer os disparates que vou lendo, porque das duas uma, ou quem os faz não percebe minimamente do que fala, e apenas fala ou escreve por escrever, ou então escreve de má fé. Quero acreditar mais na primeira hipótese.
E quero acreditar mais na primeira hipótese porque sei que vivo em Portugal, num pais onde muitas pessoas gastam, pedem empréstimos sem depois se preocupar com o que irá suceder, o que importa é ter todos os bens patrimoniais com que sonharam, depois se passa fome, se não consegue pagá-los, ou se mais tarde lhe vêem a ser penhorados e executados logo se vê.
Não sou gestor nem economista, mas além de gerir como todos nós o meu orçamento mensal, também a minha profissão tem muito haver com gerir, neste caso recursos humanos e também matérias, logo financeiros, ou seja gerir um orçamento que tenho sem o ultrapassar, e muitas vezes é muitíssimo difícil.
Por isso ainda bem que temos um Presidente com ideias menos latinas, e mais anglo saxónicas. Realista, e com objectivos bem delineados e não lírico. O Sporting efectivamente está hoje afastado de um abismo que á poucos anos atrás estava a um passo.
Eu gostava que alguém que critica a venda do património não desportivo me explicasse como seria hoje o Sporting, se em vez de um passivo de cerca 235/240 milhões tivesse menos o valor da diferença do que foi abatido com a venda do património, e também os juros desse mesmo valor. Ora bem é fácil então temos –(45 milhões +(45*1,06^4-45)). Ou seja somando 56 milhões aos actuais 235/240, teríamos a bela soma de 296 milhões de euros, pelo menos.
Ora alguém me explica, como uma empresa que cria receitas de, aproximadamente, (sem vendas de jogadores) 40 milhões de euros por época, pode fazer face a um passivo de quase 300 milhões de euros? Só em juros pagaria cerca de 20 milhões de euros por ano. E o resto? E a manutenção de infra-estruturas? E os fornecedores de serviços? E o próprio património que causava prejuízo? Ficaríamos com 10 milhões para o futebol? Meus amigos se com 20 ou 25 milhões é difícil ter um plantel competitivo…
Em suma a beve trecho estariamos com uma equipa mais fraca com ainda menos gente a assistir os jogos, com menos patrocínios, e com um passivo que acabaria por apenas com o serviço da divida consumir todos os recursos.
Quando Soares Franco diz que juntamente com uma equipa salvou o Sporting é verdade meus caros. Se antes fez parte de direcções que o ajudaram a afundar, não teria toda a responsabilidade teria alguma, os projectos por vezes não dão certo. Mas ao contrário de outros mudou o rumo, e prestou um grande serviço ao Sporting, quer queiram ou não!
SL
Sporting Sempre
